Regra n⁰3

Uma menina. Um menino. Não são mais crianças, ainda não são adultos. A inocência ainda os domina. Naquela época o amor não era significado de tirar a inocência, talvez porque eles viviam em um mundo diferente. O passado não é tão distante e as coisas mudam rápido. Talvez já fosse diferente, mas eles permaneciam em um tempo só deles.

Quem olhava não sabia identificar se eram amigos, namorados ou irmãos. Talvez em outra vida tenham tido tamanha sintonia, talvez realmente fossem irmãos. Porque o amor deles era puro. Andar de mãos dadas, pode parecer bobo demais, mas para eles era um momento inesquecível, único.

Um ano. Um ano de irmandade, com brincadeira de criança, briga de irmãos e conversa de amigos. Não se importavam com nada nem ninguém, apenas seguiam a vida sem se preocupar com coisas sérias.

Acontece que em um ano muita coisa muda e aquelas não-crianças começam a conhecer a vida dos grandes. Ainda não são adultos, são jovens, conhecendo as oportunidades e sentimentos da vida. O coração não entende apenas alegria e tristeza, mas uma infinidade de sensações que se confundem, se perdem e que ainda não são bem compreendidas.

Talvez nesse momento eles perceberam o que realmente estava acontecendo. Passaram a ter vergonha, medo, coragem, alegria, tristeza.... tudo junto e misturado. Apenas ao final de dois anos foram provar do saber do amor de crianças crescidas, de jovens adultos. Conhecer as palavras e brincar com elas de maneira madura.

O mais divertido foi a oportunidade de aprenderem juntos, de bater os dentes ao se beijar pela primeira vez e rir do desengonço. De querer ligar, mas ficar com medo de alguém da família atender. De querer sair, mas não saber para onde. A única coisa que sabiam era que queriam estar juntos.

Regra n⁰3: Nunca esqueça o primeiro amor.