domingo, 29 de janeiro de 2012

Forever and ever...

 
Simples ações. Poderia dizer cotidianas. Era um dia como outro qualquer. Estávamos lado a lado, como sempre. Nossas ações eram as mesmas de todos os dias.

Entretanto aquele momento não parecia ser insignificante. Os olhos tentavam dizer outra coisa, fora do comum. Os lábios nada pronunciavam, tinham medo. A mente vagava, perdida em um segundo infinito.


A música soava ao fundo, imperceptível para alguns, marcante para outros. Não saberia dizer se aquele som fazia meu coração disparar ou se era o simples fato de estar ali, ou melhor, de você estar ali.

Em seu rosto um sorriso bobo apareceu timidamente, no mesmo instante em que nossas mão se tocaram. Um olhar de cumplicidade apareceu, imperceptível aos olhares curiosos. Qualquer um diria que não havia nada de diferente. Mas lá estávamos nós dois, vivendo o momento como se fosse único.

É... talvez os outros estivessem certo, acho que sempre agíamos assim, como se fosse a primeira vez que nos víamos. E era isso que tornava cada dia mais interessante que o outro, era exatamente essa ansiedade pelo dia seguinte que nos juntava, dia após dia. Para todo o sempre!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O oposto


Não era questão de controle. Era só querer.
Ela quis e conseguiu, por alguns dias. Várias horas.
Mas não quer dizer que ela prestou atenção no tempo, ela não observou tanto.
É que agora... ela não quis. E ela perdeu o controle.
Mesmo sabendo que o tempo não era viável, mesmo sabendo que sua resposta seria o não, mesmo sabendo que não deveria agir. Ela fez tudo o oposto.
Ela o procurou. Ela o desejou. Ela queria. Queria o descontrole.
Queria que houvesse um tempo, acreditou nas horas a mais. Fez com que fosse possível seu dia passar das 24 h. Acreditou sozinha e assim ficou.
Mesmo sabendo do não, tentou o sim. Sabia da impossibillidade, incompatibilidade. Sabia, saberia, soube e teve certeza.
Leu, releu, entendeu e compreendeu.
Fizera o oposto de tudo. Oposto do que podia, do que deveria.
E agora pensativa questionava-se o porquê de tudo aquilo. Por quê fizera isso?
São duas em uma. A razão e a paixão. O certo e o errado. Doida e santa.
"Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa.”
Adélia Prado

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Despedida

Pensamentos, pensamentos... Abstrato.
As palavras não se formam, as frases fogem. Rebelião.
Rebelião dos sentimentos, ê como são teimosos!
São adolescentes, são gatos. Ariscos e rebeldes.
Não dormem no meu corpo. Saem sempre a procura de confusão (conhecimento?!).
Pernoitam pela vida.
Vivem de sofrimento e risos. Florescem irrigados pelas lágrias. Aquecem-se pelo calor da paixão.
Alimentam-se de ternura e simplicidade.
Vagam na vida, na corda bamba. No risco e na delicia de viver.
Desejo tornar me um sentimento.
Quero ser meu. Não quero mais ser eu.
Não quero mais dormir na minha cama. Desejo vagar pelo mundo. Viver o que tenho direito. Sentir além do limite humano.
Não quero mais viver nesta casca do meu corpo. Não há atrativos nele. Há barreiras. Quero ir além.
Quero ser o abstrato. Quero ser a ternura e a simplicidade.

Um boa noite, tenha uma ótima vida.
Um adeus.

Fui ser feliz e não volto nunca mais.
Chegou minha hora. Quero que saiba:

Te amo, vida!

"Fino, estranho, inacabado,
é sempre o destino da gente."

João Guimarães Rosa

domingo, 22 de janeiro de 2012

Aleatório

Distantemente presente.Esse poderia ser um ótimo nome para este post.
Ahhh não sei exatamente o que me deixou tão ausente, numa linda semana de folga.
Semana de soneca intensa, de dona de casa, de preguiça e de paciente.
Testei minha paciência como jamais imaginaria.

Tive dias de folga, dias de preguiça e dias hiperativos.

Dias que lutei com minha vontade de escrever, dias que desejei escrever e as palavras birraram e não saíram.
Lí livros, engoli palavras, alimentei de letras.

Vontades, desejos, fui contra tudo.

Desejei tanto que o desejo se tornou real.
Dormi de conchinha com meu amor. Nadei em sonhos.
Cozinhei, envenenei.
Tive fé. Vi o inexplicável. Vivenciei o irreal.

Fiquei distante do mundo online. Tornei meus dias diferentes.
Cheguei corri para o PC, precisava fofocar.

Desabafar...
Assumir que senti saudades, senti vontade de ver, de estar. Online.
Um milhão de pensamentos, de fatos, de atos.

Distantemente presente queria estar do blog, ou de alguém.
Alguém a quem desejei tanto que tive.
Tive algo.
Nem que seja mais vontade de sua presença.


Aaahh esse post será de confusão, desordem. Aleatório.
Será assim. Eu no momento.
Um acúmulo, um tudo, um todo.

Que sente saudade da ordem, das palavras, de alguém.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ausência

Hoje meus lábios pronunciaram as letras do seu nome. O coração não disparou, os olhos não se iluminaram, o sorriso bobo não apareceu. Era apenas mais uma palavra sendo dita em uma frase qualquer, sem histórico, sem sentimento. O pensamento continuou coerente e a sentença foi dita, sem desvios ou interrupções.

Percebi que nada faz sentido. As frases incompletas ou nunca pronunciadas deixaram lacunas em todos os momentos. As informações existentes não são suficientes para clarear as ideias ou explicar as ações.

E mais uma vez aguardo o término do dia, não por ansiar por esclarecimentos, apenas para continuar vivendo. Afinal, independente do motivo, o tempo não nos espera. Logo, não posso me atrasar para o grande evento: o presente.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mais um desejo


A roupa espera pra ser dobrada. A louça está na pia. A casa na maior desordem, assim como ela.
Na trilha sonora Kid Abelha canta “por que não eu?”, “Grand Hotel” entre outros...
Ela não sabia se queria que fosse assim, não sabia se queria avançar ou recuar. Não queria adiar o inadiável, mas não estava a fim de encarar.
Estava na maior desordem, uma bagunça, desregulada. Nada estava previsível. Era uma fase irregular. Volúvel, instável. Confusa.
E agora o som é “Quero fazer amor de madrugada...” e ela quer encontrar, ir ao encontro, encarar o que tiver de ser.
E desejava não perder. Não perder o controle, não perder o carinho, não perder o companheiro.
O cumprimento nas manhãs, ou o “boa noite”. Um simples beijo ou emotion.
Era difícil entender o porquê as pessoas entram na vida de alguém, revira a vida, revira a alma, desperta sonhos, faz nascer borboletas, flores, colore a vida e simplesmente foi bom enquanto durou.
E ela não queria o passado conjugado. Poderia ser bom, poderia ser melhor. E ela não queria perder.
Era fase de fragilidade, sensibilidade, de carência. Precisava de cuidados, carinho, atenção. Precisava de alguém. Precisava dele.
Estava em dias atípicos, desejando além da conta. Querendo mais do que posso suportar, sufocando.
Matando.
E quem sabe um dia poderia renascer, ser. Diferente do que fora até aquele instante. Aquele momento.
E assim o adeus não chegaria.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Boxeando

Quando era mais nova tive um amigo que adorava contar piadas e hoje fui obrigada a lembrar da piada do pintinho, que era mais ou menos assim... Há achei no Google =)

“O pintinho muito esperto estava na floresta e queria fumar um baseado. Veio o tucano e faz um pra ele, então o tucano disse:
- E ae pintinho ta sentindo alguma coisa?
- Não to tintindo nada
Então o tucano fez uma baseado maior.
- E ai pintinho ta sentindo alguma coisa?
- Não to tintindo nada
E o tucano fazendo um baseado maior que o outro até que ele se irritou e fez um enorme e disse:
- E agora pintinho?
- Não to tintindo nada, nem a perninha, nem o biquinho não to tintindo nada.”

Acho que amanhã estarei assim. Explicarei o motivo:
Hoje, depois de quase 3 meses que fiquei afastada (enrrolação) voltei a treinar.
Incrível, como um ser humano apaixonado ao descer do ônibus parecia que o dia estava mais agradável. O vento soprou mais suave. O coração já palpitava loucamente.
Chegando lá, vi meu professor... Ahh saudades!
O coração disparou, os olhos brilharam. E tudo estava lindo!
Começamos: Alongamento, corrida. Tudo estava perfeito!
Incrível como houve mudança naquele lugar! Muitos alunos novatos, muitos desistiram. Apenas alguns rostos familiares. O boxe virara moda, essa é uma dura realidade.
Tem aquelas figurinhas: Patys, que acham que estavam indo a academia, de calça rosa, combinando com o detalhe do tênis, que tem a mesma cor da “xuxinha”. São mãos com anéis, pulseiras. E aqueles rapazinhos, que diz lutarem muay thai, king boxe, karatê e entre outros, mas não conseguem nem fazer 50 flexões. Tem o gordinho que quer emagrecer. Tem a magrelinha que quer ficar torneada.
E eu naquele ambiente. Não sei bem o meu objetivo. Mas amava aquele lugar.
Baiano iniciou a física, flexões, flexões... ai meu bracinho =[! Ronaldo deu continuidade, e senti câimbra no abdomen de tanta abdominal! E isso era tão bom!
Prender o cabelo, enfaixar a mão, calçar as luvas.
Foram sequências de jabs e diretos... 32!
A fatoração veio em mente. O dia inteiro mexi com a bendita da matemática! 32! (trinta e dois fatorial)
Na sequencia de jabs desliguei. Concentrei. Mas na sequencia de diretos... aahhh rostos se estampavam no saco. Bati com muita raiva! A sequencia era pouca!
Bati com raiva de mim, eu não era tão boa, era tão burra, tão tola. Esperei o dia pelo e-mail, pela mensagem, pelo sinal de fumaça. Tudo em vão. E eu era tão burra! Pensei em fazer, pensei em falar, pensei em abraçar, pensei tanto que a oportunidade passou. E eu não era tão boa. Fiquei com raiva, o sangue parou de circular, o coração disparou, e eu descobri. Ainda sou tola.
Senti raiva do e-mail que não respondi, da atenção que não dei, do telefonema que esqueci. ... Raiva de nem sempre estar aqui para mim...
Bati com raiva! Ultrapassei a sequencia de jabs e diretos.
E tudo dói... E tudo é um alívio!
É uma terapia! Amo muito isso!
Sei que amanhã não conseguirei rir direito, pentear os cabelos, carregar uma sacola... e sei também que depois de ter me batido tanto, terei compaixão por mim. Amarei mais a mim e aprenderei com meus erros!
1º erro que não será mais repetido: Não abandonarei o boxe!
Minha nova paixão! Senti tanto sua falta!
=)

domingo, 8 de janeiro de 2012

O Fantasma

E era mais um dia, mais um fim de semana que se iniciava. Mais um de tantos que já passaram desde aquele dia, um dia de palavras desnecessárias, mágoas... e algumas coisas que é preferível não recordar.
Antecipara e previnia do sofrimento, ou de visualizar cenas indesejáveis. Estava tudo bem. Estava tudo certo. Estava tudo ok.
E a vida seguia. Dia após dia, descobrira que podia superar. Podia sobreviver sem aquele vicio. Poderia desprender. Podia deixá-lo ir.
E nada é certo. Nada.
E como na música “Eu estava em paz quando você chegou...”

Ele reapareceu. Com a mesma cara de sempre. Era um fantasma que voltava para assustar, para revirar o passado. E era o mesmo. As mesmas brincadeiras, desejando o mesmo espaço na pia, pedindo os mesmos ingredientes.

O que está acontecendo? Eu estava em paz quando você chegou...

Ok. A vida seguiu em frente. Tudo mudou. Ela mudou, mas o fantasma era o mesmo.
E a hora do reencontro aproximava. Ela não sabia o que fazer, como agir, como deveria ser.
Ela que evitava o encontro, mesmo que desejando. Ela deixou de frequentar lugares, de ver pessoas temendo ver o fantasma, e agora ele ia ao encontro dela.
Invadindo seu espaço, sua sala, sua cozinha. Compartilhando de sua faca, sua pinga, seu sofá... Travesseiro, almofada, chão.
Um cumprimento, uma despedida. Ela não se assustou com o fantasma.
E no outro dia ele voltara a visitá-la.
Com olhos curiosos a observava. Talvez incrédulo ou talvez não a observava.
E ela não desejava pensar que seria observada. Nada poderia voltar a ser como era antes.
Ele um dia fora o homem, o cara, o humano. Agora era um fantasma tentando reencarnar. Voltar. Ser. Estar presente.
E ela desejava força, sabedoria e coragem. A vida segue em frente. E nada será como já foi um dia.
E a música tocava:

“O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou...”
Relicário - Nando Reis

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ao som do forró...

Nunca pensei que sentiria saudade de ouvir o forró ao lado da minha casa, aquele que não me deixava dormir e cujo repertório estava decorado. Hoje, uma nova vida, um futuro impreciso, repleto de musicas desconhecidas.

Gosto das coisas novas. Mentiria se dissesse que não me assusto. Choro quando me vejo desamparada, sorrio quando tenho uma conquista, me irrito com a incompetência ou a falta de educação alheia. Vivo tudo intensamente.

E você está esperando o “amo incondicionalmente”, correto? Ficarei devendo este trecho. São tantos eventos acontecendo simultaneamente que alguns ficam abandonados, esquecidos. Assim como não me lembrava do forrozinho que ouvia da janela, deixei este sentimento de lado.

Não se engane. O amor não é algo que conseguimos jogar fora, apenas guardamos por tempo indeterminado. Trancamos em uma gavetinha cuja chave não nos pertence. Ela está por aí, aguardando ser encontrada. Não que esteja perdida, apenas espera pelo momento certo para aparecer.

 
“Ha ha ha ha ha
Mas eu tô rindo à toa
Não que a vida
Esteja assim tão boa
Mas um sorriso ajuda a melhorar
Aah Aha”

Falamansa

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Era uma vez

Ela sentia-se desconfortável. Era mais uma noite, era a primeira noite que deitara e sentia se perdida na imensidão de sua cama.
Recordou de sua infância, tirou os bichinhos de pelúcia do maleiro. Fez teatro, trocou a roupa de suas bonecas. Pediu para que eles fizessem companhia a ela naquela noite escura. Na noite vazia.
Sentiu-se envergonhada, boba, frágil, desprotegida.
Andou, caminhou, deitou, fez poses.
Tentou encontrar o lugar certo na cama. E ela era imensa. Sua imensidão trazia o medo. O medo a solidão. E vice versa.
Desconfortavelmente abraçou seu bichinho desejando que ele a protegesse e trouxesse bons sonhos. Ela teria que dormir e sonhar, não tinha outra opção.
Nenhuma alternativa havia. Ela teria que se acostumar.
Depois de vencer seus medos sonhou.
Um sonho invejável. Estava não na imensidão da cama de casal, mas em uma minúscula cama de solteiro.
Era apertado, mas era bom.
Ela não estava abraçando seu bichinho de pelúcia, ela não estava abraçando nada. Não estava coberta, mas não sentia frio. Não usava roupas, mas estava aquecida.
Não era capaz de fazer movimentos bruscos, mas se mexeu um pouco. Ela descobriu que estava no melhor sonho. Estava na vida real. Uma vida real que um dia tivera.

Estava em seu quarto de solteira, envolvida nos braços de seu grande amor.
Aquele amor que aquece o corpo, a mente e o coração.
Lembrou-se da época que não precisavam de nada mais, além um do outro.
Segurou a mão dele forte, aquela mão que envolvia sua barriga, sentiu o arrepio. Era real.
Seu coração agora batia na frequência certa, sua respiração seguia o mesmo ritmo da dele.
A temperatura era igual.
Não havia imensidão. Não havia medo. Não havia solidão.
E o mundo era perfeito.
Ela sonhou um sonho que fora real. Ela dormiu e vivenciou toda eternidade de seu sonho.
Um adeus ao mundo. Um reencontro. O dia amanheceu e ela dormiu profundamente para sempre.
A eternidade do sonho feliz que um dia fora real...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Por ai...

E era apenas para ser mais uma vez...
Não era pra ser A vez.

Estava tudo definido e planejado. Ela tinha tudo anotado, decorado, ensaiado.
Teriam um fim e felizes para sempre.
Teria que terminar por ali antes que houvesse qualquer sinal de sofrimento além do necessário.
Tivera seu tempo para refletir, seu tempo para desplugar, seu tempo para racionalizar.

Estava tudo controlado. Teve o tempo necessário.
Saiu com um outro alguém, bebeu de outros copos, respirou outros ares...
E agora tudo era contrário ao planejamento.
Provavelmente o fim chegaria, mas e tudo e todo o resto?

Insônia, preocupação, lágrimas.
ou não.

"O que me assusta é que não dói mais.
Estou tão vulnerável que não sinto nada."

Carpinejar

domingo, 1 de janeiro de 2012

Amor amigo

O tempo de recordar.
Não sei se seria o tempo, mas enfim...

A vida realmente é um ciclo. Olhando e-mails antigos, curtindo a nostalgia e sentindo a dorzinha que aperta ao abrir cada e-mail.
Foram emails de briga, de expectativa, planejamento de encontros.
E-mails de inutilidades, de amor, de felicidade, de términos.

E a vida segue sempre.
O que me faz recordar, buscar lá no fundo da caixa de entrada, ou itens enviados é querer matar a saudade.

A saudade de quem não tenho mais. A saudade do que não tenho mais.

Queria conversar, abraçar, fazer o mundo girar, mas estou impossibilitada.
E agente cresce, ou é apenas obrigado a crescer.
A distância se faz por inúmeros motivos. um relacionamento, uma briga, uma prova.
Uma prova de amor, não te amo mais do que minha família. Não te amo mais do que a mim mesma. Mas te amo com amor amigo, daqueles que completa, aquele amor que modifica e é necessário. Acho que é esse amor que controla as batidas do coração.

Amor amigo, vou me acostumar com sua ausência algum dia?
E um pedido de ano novo.

Não quero mais sentir isso.
Obrigada.