domingo, 26 de janeiro de 2014

Por ai...


"E foi sem querer que te descobri.
Você se aventurou vir a esse mundo, brigou com as possibilidades e quietinho ficou, como quem quisesse passar despercebido quando de repente você se apresentou.
Apresentou-se corajoso e disposto a mudar o mundo. Mudar meu mundo. Colocar tudo de pernas para o ar, me deixar de cama.
E quem imaginava que algo de tão poucos milímetros fosse capaz de trazer tanto sentimento. Aflorou coisas inimagináveis. Muito medo, muito enjoo, muito sono. Muita felicidade, muito amor, o tão falado: maior amor do mundo.
E você, meu guardião, trouxe muito choro, coração apertado, pensamentos. Milhares. Um turbilhão de coisas.
E foi sem querer percebi já te amava. Amei o trequinho que mudaria minha vida para todo o sempre. Amei com um amor inexplicável.
E foi sem querer te prejudicar, que inconscientemente tantas vezes te ignorei. Te maltratei. Te machuquei.
E foi sem querer que a vida deveria retomar seu fluxo, mas isso parece que jamais acontecerá. E foi sem querer... que toda felicidade se desfez. Toda apreensão, tanto medo, tanto amor."

E quem um dia irá dizer que não existe razão?

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Apaixonar ou não eis a questão

Por que se apaixonar?
Por que se apaixonar pelo velho, antigo e sempre o mesmo?
Por que se apaixonar pela pessoa que briga, xinga, insulta, esperneia, bate a porta, vira as costas, te deixa falando sozinha, te faz avulsa, incompetente, desnecessária? Por quê se apaixonar pelo mesmo de sempre, sendo que você sabe da incapacidade dele de demonstrar?
Por que se apaixonar pela vida que vocês sonharam, pelos planos, sonhos, filhos, cama, casa, cozinha? Por que se apaixonar pelo passado, em qual já tinha planejado todo o futuro?
Por que se apaixonar por aquele cara que te fez chorar, desidratar, descabelar, emagrecer, desestruturar, deprimir...?
Por que se apaixonar?
Porque essa paixão antiga ainda te faz perder o fôlego, te faz compreender que a música de Samuel Rosa é verdadeira, o nosso amor é o novo, é o velho amor de hoje ainda e sempre.
Porque essa paixão te faz suspirar, suspender, voar. Porque ele sabe como conquistar, como cuidar e como te tratar como mulher. Ele sabe dizer não. Ele sabe educar.
O apaixonado cuida de você. É ele que te dá água quando você chega embriagada pedindo o amor dele. O apaixonado segura-se, sabe se portar como homem e nina uma pessoa totalmente tarada. Ele a poe no colo, passa as mãos no cabelo, espera a amada adormecer, a despe, poe na cama. Cobre sua nudez com um lençol e dorme ao seu lado.
O apaixonado é aquele que prepara o terreno, o café da manhã para uma ressaca, um banho, um carinho. O café no coador que ela prefere.
O apaixonado é aquele que cozinha, enquanto ela lava a louça. É aquele que atende aos desejos da gulosa, ele faz pizza no pão de forma, faz churrasco na chuva, sai a procura do danone que ela comeu na infância.
O apaixonado é aquele que culpa sua amada pelos cabelos brancos, mas que não consegue deixar de apaixonar-se por ela.
O apaixonado é aquele que já recitou verso, cantou música, decorou Carpinejar, sabe que a amada está a procura do par de sapatos imperfeito.
O apaixonado é aquele que sabe que ela tem medo de raio e a busca na faculdade. Dá a ela um botão de rosa, que custou 4 reais, enquanto ela fala que ele faria economia se comprasse no mercado central.
O apaixonado sai nas baladas com ela, com a condição que ela não faça amizade com o barman, com o garçom. E quando ela faz amizades, ele a poe perto.
Ele compreende a simplicidade e a importância que ela dá na hora de compartilhar um pacote de miojo. Sim, comer miojo numa noite fria, numa mesma cumbuca. Dividir um bis, roubar bala na boca do outro.
O apaixonado observa no corte de cabelo, nas unhas pintadas, no esmalte fosco. Na sapatilha, na calça, na blusa. Se o apaixonado não observa ela o faz observar.
Ela provoca, sorri, duvida de sua capacidade de imaginação... O apaixonado sabe ver as coisas mais loucas que ela gosta. Eles leem as mesmas leituras. Eles compreendem um ao outro mesmo sem querer.
Mas a amada não quer ser amada pelo apaixonado. Ela não quer deixar sentir. Ela julga que não pode.
Por que ela não quer se apaixonar pelo apaixonado?
Segredos do coração...

“Borboletas sempre voltam ao ninho, seu jardim sou eu”

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"Amor é fogo que queima sem se ver..."


E como se diz: Quem brinca com fogo pode se queimar.
Ou, não exatamente.
Às vezes quer apenas sentir aquela adrenalina. A pele queimando, saber até quando pode suportar tal ato. Às vezes quer apenas sentir. Sentir que é sensível. Saber que consegue sentir.
A vida às vezes nos deixa dormente. Insensível. São pancadas, são tapas, atitudes, ou muito pior, podem ser palavras que atingem de forma tão intensa e profunda que te deixam: dormente, insensível. Um iceberg, então, nada melhor que algo para aquecer e te devolver os sentidos.
Existem amores inexplicáveis. Talvez o tão amor pra vida toda, vai saber?! Ou como diz o sábio Gabito, existe amores que são o eterno “status de relacionamento: perdendo tempo”. É aquele amor que veio para existir, te fazer, te construir, moldar, mas não aquele amor para se conviver, para se viver, fazer história, pois  vocês são estória.
Aquele “me liga qualquer coisa”. Aquele “a gente já se conhece”, “se entende, não to fazendo nada, você também”... Então... Existe aquecedor melhor que este para testar sua insensibilidade?
Não, não existe. Vocês já foram história, guerra e paz, choro e riso, despedida e reencontro. Brigas, brigas, desentendimento e reconciliação. É aquela pessoa que não paga aluguel, mas é o dono do lote onde se constrói. É o alicerce, o piso, o concreto. É aquela essência inesquecível. É o calor, é o fogo. É a prova que se vive, que se sente.
É o amor clássico, sem modismo. É o amor real, um amor de liberdade. De idas e vindas,  chegadas e despedidas...
É aquele amor que o tempo não apaga, não muda, não destrói e não conserta. Vocês nunca ficarão juntos, mas o que sentem não acabará jamais.
É a perda de tempo mais valiosa. É a prova de fogo. Prova de sentimento. Prova de que tudo que você diz saber, não tem valor nenhum.
Pois você sabe, que se tratando de fogo, tudo é incerto. Tempo, cor, intensidade.
...
“Eu encomendo um jantar
Só prá nós dois
Se não tem nada prá depois
Por que não eu?...”