domingo, 3 de julho de 2011

Falsa felicidade

“Vamos fugir! Deste lugar...”

Duas estrofes de uma música. Analisadas isoladamente podem ser utilizadas em qualquer situação. Afinal, quem nunca quis largar tudo? Sumir, desaparecer. Fugir da correria do dia-a-dia, esquecer os problemas que estão por vir, não se lembrar de amores não correspondidos, não se irritar com a desonestidade e com o abuso de poder.

 
Vemos a vida passar como um relâmpago. Percebemos que há uma semana não falamos com aquela pessoa querida, que tem um mês que não saímos com aquele grupo de amigos quase irmãos, que faz um ano que não enviamos uma mensagem para aquele conhecido que está longe.

Corremos atrás de uma vida que nunca chega ou que quando é alcançada se mostra uma tremenda desilusão.


Quando conseguimos parar, se é que isso acontece, percebemos que tudo parece errado. Aquele cinema com a turma não aconteceu devido ao trabalho, o encontro de amigas confidentes foi ficando para uma semana seguinte que nunca chegou e o barzinho com os amigos ficou para um depois que não ocorreu.

Prometemos nunca mais deixar de viver a vida, que o trabalho tem seu tempo e não deve tomar aquilo que pertence à vida pessoal. Mais uma vez a promessa será quebrada. Mais uma vez ficaremos estressados, mal humorados, vivendo uma não vida. Simplesmente desistimos.

Poucos conseguem quebrar esse ciclo. Falta coragem para ir contra uma sociedade que te prende de todas as maneiras possíveis. Falta força para ir contra as injustiças dos mais poderosos. Falta tempo para brigar pelo correto. Falta esperança para ir atrás de um amor.

 

E mais uma vez nos vemos correndo atrás de uma vida imaginária, fugindo da realidade que nos tomará um tempo que supostamente não temos.

3 comentários:

  1. "Trabalhando fielmente oito horas por dia, você pode chegar a ser um patrão e trabalhar doze horas por dia."

    Robert Frost

    ResponderExcluir
  2. Emocionante, real.
    Verdadeiro!

    amei esse texto!

    ResponderExcluir