sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ele

E ele irrita e, irradia uma alegria sem igual.
O coração ontem estava calmo, calmo o bastante para que não fosse detectada a existência dele dentro do peito.
O ar estava mais puro, o vento soprava mais lentamente. As formas cores estavam mais nítidas. O trânsito estava fluindo.
Ele havia ligado, trocaram palavras, nada de esperanças coloridas, mas uma voz.
Não havia esperança de um amor para recomeçar, não havia esperança de uma tentativa. Ou se havia era bom não haver.
A preocupação com a merda do texto, a preocupação com a merda do pedido. Tudo isso estava presente, era uma irritação, mas com uma alegria sem igual.
Ele não entendia que não há comparação, não existe isso, pois ele era único. Unicamente sem igual.Ele não entendia que as mudanças que trouxera era para sempre, era finita, era eterna.
Ele não entendia que ela não era louca, que a loucura consistia em ser alguém normal. Uma pessoa errada, com defeitos e inúmeras qualidades.
Ele não a entendia. Ele não a conhecia. Ele não sabia que ela se escondia através das palavras. As palavras confortavam, amaciavam o corpo, era o airbag da vida.
Ela sofrera um acidente, mas as palavras poderiam salvá-la.
E ele a conhecia tão bem. Foi capaz de sentir o frio na barriga.
E ele não a conhecia nada, ao ponto de magoá-la profundamente.
Ele a irritava e ela sentia-se feliz.
Ele transmitia um sentimento.

Um comentário: