quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Companhia

“Me faz companhia essa noite?”
SMS entregue.

Uma pergunta sutil e valiosa. Ela tinha algum medo, medo do escuro, medo do inseguro, dos fantasmas, da própria voz. Ela teve medo do dia, da notícia, medo de que seu coração a abandonasse e desistisse de bater.

Ela queria companhia para enfrentar a longa noite que queria a assustar, foi então que o interfone tocou. A companhia chegou.

Ele a confortou, não questionou, não julgou. Secou suas lágrimas, preparou seu banho. Fez companhia, cafuné, deu colo, carinho.

Já se passaram 74 meses e 1 dia desde o primeiro beijo, mas a cada novo era absolutamente inédito. Eles se beijaram. E o momento poderia ser perfeito.

Ele a conhecia. Cobriu-a com seus braços, ninou-a, beijou a testa, a face... Seus dedos brincaram entre os fios de cabelo dela. Ele a amou sem tocá-la. Ele a amou respeitando o seu tempo. Jurou protegê-la, prometeu fazê-la feliz, cuidaria dela para sempre...

E essa história não teria um final feliz, pois não terá fim.

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