quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desordem, Confusão


E era assim, simplesmente como tinha de ser. Não era nada, mas era alguma coisa. Uma misturinha, confusão. Seja lá o que era para ser, era algo bem significativo.
Uma confusão, como a mente de um alcoólatra sóbrio. A confusão se faz presente na mente, na memória, no coração.
Por que ter que lembrar? Pra que lembrar? Estava tudo tão em ordem quando a casa estava vazia. Não havia ninguém para chamar, para acompanhar, para querer estar presente, para estar presente, para ser companhia. A caipirinha poderia ser tomada sozinha. Mas não... Lá estava a lembrança querendo companhia...
E a palpitação? Não havia palpitação antes. Não havia o desejo do encontro. Não havia, não deveria haver. É uma sensação estranha de não ter controle dos ritmos cardíacos, do frio e calor simultâneo, de ter as pernas bambas mesmo estando de tênis, achar que vai cair a cada passo, como se estivesse usando longas pernas de pau. Era o coração latejando fortemente, fazendo desequilibrar diante dos acontecimentos.
A memória projeta como num filme as cenas. Cenas despercebidas, cenas filmadas, cenas boas... Momentos bons.
E é a maior confusão. A maior desordem.
É pensar quando se quer ignorar, é imaginar quando não se quer ver. É querer quando não se pode querer.
É uma loucura.
Dá para identificar o quanto isso afeta a vida de um ser humano? Dá para perceber a transformação?
É um estar feliz, apaixonar-se, gostar, querer, menosprezar, odiar, irritar, maldizer e amar.
Ahh, a casa estava em ordem quando estava vazia.
Mas essa loucura me faz tão bem...

Alguém tem alguma explicação?

4 comentários:

  1. "Por entre os fios ténues do vento,
    Da brisa que escorrega cada linha de meus cabelos,
    Voa para ti, de mim um livre pensamento,
    Do que contive no meu génio sobre o sentimento,
    Que late por um olhar que fere o corpo inteiro…

    A alma sugada assim pelo tormento,
    No vórtice do sonho de que ainda sinto o cheiro,
    Embato de volta com o vento,
    Que na sua tempestade leva de mim o sofrimento,
    Nem que seja no momento, sinto a leveza presente…"

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  2. Muito bom o texto, Dê. E melhora ainda a tirinha de Um Sabado Qualquer.

    Que ótimo trecho esse, O vento não vento.

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  3. Ninguém pode explicar as coisas que você só conhece. A melhor maneira de esclarecer sua confusão sobre alguém sentimentos ou intenções é pedir a ele diretamente. Se escondendo atrás de dicas macia basta adicionar confusão. E-mail dele, chamá-lo, ou twitt ele e perguntar diretamente. Você pode ser surpreendido com a resposta, você pode ser o prazer de aprender algo que você não esperava, ou você pode se decepcionar, quem sabe ... Mas pelo menos você saberia e não teria de deixar Desordem e Confusão continuar torturando você. Muito simples.

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