quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nada como uma boa chuva...




E lá estava ela. Após um dia inteiro de trabalho, aguardava a condução para ir embora. Distraída, olhava para as nuvens, torcendo para que chegasse a casa antes da chuva.

Nesse momento, um carro que acabara de entrar naquela rua parou em frente ao ponto de onibus. Uma voz conhecida a chamava.



Ao se aproximar do carro, para sua surpresa, um velho conhecido acenava feliz. Ambos estavam surpresos com aquele encontro inesperado. Esqueceram o cansaço e o tempo nublado. Aproveitaram aquele reencontro para colocarem os assuntos em dia.

Era incrível como que, apesar de tanto tempo sem trocarem uma palavra, tudo parecia como nos velhos tempos. Os assuntos eram um pouco diferentes, mas aquela cumplicidade permanecia inalterada.

Existia outro sentimento que parecia inabalado pela distância. Algo que sempre esteve presente, mas que nenhum dos dois deixou transparecer. Ideias malucas passaram pela cabeça de ambos, que mantiveram a velha tática de ignorar esses “pensamentos bobos”.


Era hora de mais uma despedida. Enquanto seguiam para o carro, um silêncio pairou entre os dois. Nesse momento, assim como a tempestade atormentava suas mentes, a chuva resolver encharcá-los. Numa tentativa frustrada de fugir, correram.

O tempo parecia querer brincar com eles, pois quanto mais rápido tentavam chegar ao destino, maior era a quantidade de água que os atingia. Como que desistindo de escapar, ela parou e olhou para o céu.

Logo atrás, sua companhia parou, sem compreender a situação. Olhou para o céu. Olhou para ela. E com uma gargalhada a tirou de seus devaneios.

“Você realmente não muda!” – Comentou o sorridente amigo.

Aquela frase funcionou com um estalo, fazendo com que percebesse que aquela era a hora para mudar, para fazer tudo diferente. E sem esperar, ela roubou um beijo daquele rapaz a sua frente, que já deixara de ser criança há muito tempo.

“Quem disse que não mudei?” – foi a resposta que abriu as portas para uma nova relação entre aqueles dois tímidos amantes, que optaram pelas ideias malucas e deixaram os pensamentos críticos para um passado distante.

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