E lá estava ela. Após um dia
inteiro de trabalho, aguardava a condução para ir embora. Distraída, olhava
para as nuvens, torcendo para que chegasse a casa antes da chuva.
Nesse momento, um carro que
acabara de entrar naquela rua parou em frente ao ponto de onibus. Uma voz
conhecida a chamava.
Ao se aproximar do carro, para sua
surpresa, um velho conhecido acenava feliz. Ambos estavam surpresos com aquele
encontro inesperado. Esqueceram o cansaço e o tempo nublado. Aproveitaram
aquele reencontro para colocarem os assuntos em dia.
Era incrível como que, apesar de
tanto tempo sem trocarem uma palavra, tudo parecia como nos velhos tempos. Os
assuntos eram um pouco diferentes, mas aquela cumplicidade permanecia
inalterada.
Existia outro sentimento que
parecia inabalado pela distância. Algo que sempre esteve presente, mas que
nenhum dos dois deixou transparecer. Ideias malucas passaram pela cabeça de
ambos, que mantiveram a velha tática de ignorar esses “pensamentos bobos”.
Era hora de mais uma despedida. Enquanto
seguiam para o carro, um silêncio pairou entre os dois. Nesse momento, assim
como a tempestade atormentava suas mentes, a chuva resolver encharcá-los. Numa
tentativa frustrada de fugir, correram.
O tempo parecia querer brincar
com eles, pois quanto mais rápido tentavam chegar ao destino, maior era a
quantidade de água que os atingia. Como que desistindo de escapar, ela parou e olhou
para o céu.
Logo atrás, sua companhia parou,
sem compreender a situação. Olhou para o céu. Olhou para ela. E com uma
gargalhada a tirou de seus devaneios.
“Você realmente não muda!” –
Comentou o sorridente amigo.
Aquela frase funcionou com um
estalo, fazendo com que percebesse que aquela era a hora para mudar, para fazer
tudo diferente. E sem esperar, ela roubou um beijo daquele rapaz a sua frente,
que já deixara de ser criança há muito tempo.
“Quem disse que não mudei?” – foi
a resposta que abriu as portas para uma nova relação entre aqueles dois tímidos
amantes, que optaram pelas ideias malucas e deixaram os pensamentos críticos
para um passado distante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário