sábado, 3 de novembro de 2012

Bom dia, boa tarde, boa noite.


"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade!"
Antoine de Saint-Exupéry

E pode ser que tenha descoberto o preço da felicidade. Pode ser que já tenham hora marcada. Já tenham dias contados, ou dias a serem multiplicado.
Não importa a exatidão. Não é questão de matemática, de probabilidade. É algo superior e incalculável.
Talvez incrivelmente, exótico.
Pode ser que seja de proposito. Pode ser o acaso. Pode ser tanta coisa, e é algo: a esperança.
No primeiro momento, seus olhos não se encontraram diretamente. Sol, uma sombra, a garagem que se abre, um carro, um pedestre se escondendo do sol. Quase um acidente.
Sorrisos e timidez.
Com o passar dos dias, olhos que observam. Fingem não ver. Ignoram o contato.
E pode ser que a hora já esta marcada. Todos os dias os olhos se cruzam, timidamente se cumprimentam.
Bom dia, boa tarde, boa noite.
Se enamoram, admiram, embebedam-se.
Um olhar, passos lentos, sorrisos, palavras não ditas. Expectativa.
Bom dia, boa tarde, boa noite.
...
Sorrisos e timidez.
Palavras breves. Um aceno.
Uma felicidade.
Tola?! Expectativa.
A espera de um sinal, de uma aproximação. Dias contados. Dias multiplicados.
Necessidade de sentir. Necessidade de ser caos, desordem, confusão.
Bom dia, boa tarde, boa noite.
...
Romance.

3 comentários:

  1. “Bom dia, tristeza
    Que tarde, tristeza
    Você veio hoje me ver
    Já estava ficando
    Até meio triste
    De estar tanto tempo
    Longe de você”
    ― Vinicius de Moraes

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  2. E a expectativa deixa tudo mais interessante...

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