sábado, 29 de setembro de 2012

Oito meses



Tinha se passado oito meses desde que não se apaixonava. Que não entrava em êxtase. Em transe. Que não fervia de paixão, desejo.
Tinha perdido o interesse no carinha com quem saia. Estava com preguiça e chegou ao fim.
Fazia oito meses que tinha atualizado seu status. Oito meses... Quanto tempo.
E um belo dia seu telefone tocou. Atendeu. Coração disparou. Seu corpo todo respondeu ao telefonema. Vibrava. Molhava. Tremia. 
Acompanhada por um assunto de quase 1 hora. E nos primeiros segundos já queria. Queria encontrá-lo. Olhá-lo nos olhos, sentir sua pele, seu cheiro.
Mas você todo cheio de si a deixou em dúvida. Como pode saber que é tão desejado, tão esperado, tão maravilhoso e ainda assumir?
Queria provar que estava enganado. Não queria mais querer te ter. Optou por ver, mas não faria o que não fazia a mais de oito meses.
Não fazer. Isso era uma meta. Uma regra. E a quebrou.
Afinal, ele é especialista em me fazer quebrar regras.

Beberam cerveja, sorriram, abraçaram, envolveram. Saborearam. E acabaram indo para o lugar de sempre. Fizeram amor. Traíram. 

Ela mudou de status. 
Mudou de estado. 
Fusão. Vaporização.
Tinha se passado oito meses...
Tinha... oito meses.
Se desfez... Agora.

Êxtase. Transe. Paixão. Desejo.

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