domingo, 22 de abril de 2012

Uma bêbada consciente


Era tarde da noite. Muito tarde e ela ainda estava lá. No meio de amigos, amigas, colegas de trabalho, copos, cervejas, caipirinhas, porções...
Ela não diz exatamente o horário que chegou, ela não sabe dizer o que bebeu. Ou ela prefere não comentar.
E quem nunca ouviu a frase
“Eu bebo pouco, mas o pouco que bebo me transforma em outra pessoa, e essa outra pessoa sim, bebe pra caramba.”
E era exatamente isso que acontecia com Kate. O álcool a transformava, talvez na pessoa que ela desejava ser, enfim, depois de conviver com essas duas garotas no corpo mínimo de uma só, acredite: de estatura ela poderia ser considerada meia pessoa...
Eu ali, a observava cuidadosamente há vários dias e pude perceber a transformação dessa meia-menina-mulher. E Kate confessou que coisas estranhas aconteciam no dia pós bebedeira.
Ela poderia recordar vagamente, sabia de atos, mas não tinha certeza. A pessoa que ela se transformava pós bebedeira era uma bêbada consciente.
Ela enviava mensagens e as ocultava...
No dia seguinte ela seria Kate e não mais a bêbada. E Kate não poderia saber das frases, das vontades, dos desejos e desujuizos da bêbada. Então a bêbada se transformava na: bêbada consciente.
Após enviar as mensagens, ela simplesmente apagava. E Kate no dia seguinte revirava a lembrança, a memória e o celular para saber o que a bêbada havia feito.
E a noite ela seria uma, de manhã outra.
A bêbada consciente pregava uma peça em Kate, e a esta ainda não sabe o que fazer para reverter a situação...
Por enquanto ela só observa a esperteza da outra, a qual era denominada a bêbada consciente.
Consciente de que seus atos deveriam estar ocultos.

Ou não...

2 comentários:

  1. "Eu bebo champagne quando eu ganhar, para comemorar ... e eu bebo champagne quando eu perco, para me consolar." - Napoleão Bonaparte

    Quanto a mim, eu prefiro Dr. Pepper

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