Encontrei os clips em minha mochila.
Fiquei perdida em meus pensamentos, lembrando de como eles foram parar lá.
Foi um instante, um milésimo de segundo, alguns minutos, quem sabe?
O que me recordo bem, é que aquele milésimo de momento, foi o momento que desejei ser um clips.
Antes estava protegido dentro do meu bolso, num passo de mágica, o adivinha o que tenho aqui eles foram passados para suas mãos, e é esse momento que mais invejei.
Você os pegou, olhou, sorriu.
Você me pegaria, sentiria sua pele na minha, o toque das suas mãos envolvendo. Me olharia com alegria, sorriria perguntando o que faço ali, dentro de um bolso, e me guardaria.
Queria ser aqueles clips, eles foram tocados, mas acima de tudo, eles foram protegidos.
Olhando agora para eles, tenho ciumes, inveja.
Nele você tocou, para ele você sorriu. Ele você protegeu.
Eu segui meu caminho na noite fria, sem o toque, o carinho, o cuidado.
Você tinha que cuidar de outro objeto, de outra pessoa.
Quem sabe, agora, quando você pegar um clips, não lembrará de mim.
E desejará guardá-los no bolso.
Como forma de proteção e para me ter por perto.
É um Déjà vu completo lembrar daquele dia, daquele momento, daquele instante. Daquela despedida.
Mas os clipes sempre se perdem, ficam jogados no meio do nada, em um chão qualquer...
ResponderExcluiraaahhh mas nesse momento eles foram especiais
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