segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vida

E escrevo porque o mundo fugiu de foco.
Contrariou a orbita. Parou de rodar.

Ou parei enquanto o mundo girava.
Tudo passou de repente, numa aceleração sem igual. Sem parâmetro, sem comparação.
Tudo muito rápido. E o mundo parou, ou girou. Ou permanece igual.

Depende do referencial.

Eu andei, trilhei, segui.
Despedi, conheci. Mudei. Distanciei.
Chorei, chorei e choro.
Sorrio, compartilho, fofoco.
Sinto. Sinto saudades, sinto ausência, sinto distância.
Sinto que o mundo gira. Continua sem se importar se eu sinto, ou não.
Decisões, escolhas. Consequências.

Mudei. Cresci. Estou crescendo, estou mudando, estou aprendendo.
Sou uma esponjinha. Absorvo. Me torno. Me transformo.

E seguia um ritmo de aprendizados, de esquecer, de desprender, desenvolver. Voar.
De repente, não mais que de repente.

Puft.
Acelerou, dias foram vividos em horas, instantes.
A casa caiu, a família se desfez, lágrimas rolaram. Malas prontas.
Adeuses, partidas, fim. Recomeço.
Dor, saudade, abstrato, raiva, amor, burrice, incentivo, pessimismo...
Aprendizado.
Decisões, escolhas. Consequências.

Vida que segue.
Decisões. Consequências.


Um comentário:

  1. Quando li esse texto, lembrei de uma frase "o mundo não para para nos levantarmos".

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