domingo, 4 de setembro de 2016

Remorso

http://weheartit.com/entry/96162181


E o tempo?
Passa suave, discreto
Quase sem ser percebido
Flui através do espaço
Abraça um mundo que não para
Que sente a velocidade
Que se desespera em busca do que foi perdido
Um tempo que não volta
Que não espera ser encontrado
Que deseja ser esquecido
Junto aos ses que nunca existiram
Mas que tentam invadir o fluxo contínuo
E se perdem em indagações
Em desejos nunca conquistados



http://www.goodfon.su/wallpaper/art-tidsean-niya-devushka-chasy.html



E o tempo?
Brinca em meio a todo o caos
Diverte-se sendo perseguido
Confunde os pensamentos
Encontros e desencontros
Passado, presente e futuro
Todos os verbos e suas variações




https://www.pinterest.com/pin/297167275385262016/

Não desacelera
Não espera
Não para
Apenas continua
Se dividindo
Se repetindo
Se confundindo
Em seu fluxo contínuo
Onde tudo fica para trás

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

De repente: cadê?!

De repente: Cadê.
Achei que estava tudo sobre controle. De repente, não era bem isso.
Temperar o arroz, alho: ok. Cebola: ok. Sal: ok. Óleo: ok. Cortar cebola, espremer o alho... Ops, cadê o espremedor?
Carne de panela, ok. Carne, ok. De repente cade a tábua? Cadê?
E a cenoura, cadê?
Desistir?! Mudar.
Vitamina, ok. Leite, ok. Fruta? Vitamina do que?
Sede. Cadê a água. Sair a procura. Tudo fechado. Água da torneira?! Talvez. Água fervida. Sim, por que não? Água com gostinho estranho, a chaleira enferrujada.
Fazer um macarrão, ok. Macarrão fervido. Cadê o escorredor?
A carne congelada, tudo bem. Alho e óleo com sardinha. Ingredientes ok. E o abridor de lata. Cadê?
E vamos que vamos!
Um chazinho com bolacha vai bem :*

terça-feira, 30 de junho de 2015

O despertar

Depois das horas de descanso pôde abrir os olhos com tranquilidade.
Foi um despertar calmo, de quem está satisfeito. Na medida certa do descanso, sem o gostinho de quero mais. No entanto, ele não quis levantar de imediato. Gostava de estar ali, deitado, tranquilo, em paz.
Sentia-se satisfeito com a vida. Em paz com o relógio, com o mundo.
Sentia-se satisfeito com a vida, um bom emprego, uma família compreensiva, amigos acolhedores e um amor gostoso de se viver. E ele era agradecido, por essa vida fantástica.
Ficou um bom tempo imóvel, deitado  observando o teto. Um mundo de lembranças se projetava ali.
Eram dias bons, eram dias bem vividos. Estava estava bem, estava  em paz. Estava feliz.
De repente, um som ao fundo, o despertador toca.
E ele é sugado pra realidade. Acorda atrasado, seu dia já deveria ter começado.
Não tem tempo para apreciar o despertar, tão pouco flertar com suas lembranças. O dia já começou e ele não devia mais estar ali.
Cambaleando saiu da cama, acordou no corredor a caminho do banheiro.
Ele despertou do sonho. E vestiu sua roupa de viver...

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Eis me aqui

Eis me aqui. Acho que pensando demais, a arte de pensar além das horas permitidas.
Eis me aqui, fazendo as pazes com o teclado. Abri a página do blog, olha eu ali.
Quanto tempo se passou desde o ultimo post? Briguei comigo, me coloquei de castigo. Ignorei que gosto de escrever, pois não queria escrever o que gostaria.
A gente cresce. Dá alguns passos bambos na vida. Cai um bocado de vezes. Machuca e aprende. Aprende a camuflar o que não é aceito, aprende a se prender. Aprende a reter a felicidade, a não explodir. A gente aprende a engolir o choro, o choro de alegria, de tristeza, de prazer.
A gente aprende a falar baixinho, fazer baixinho, ser baixinho. Que tudo não transborde, que todo amor não exploda. Aprende a se conter com a paixão. Aprende a se repreender ao abraçar. E ao ser surpreendida pelo não abraço, a gente aprende a apontar, desviar, disfarçar. Aprende a entender o não cumprimento de uma pessoa querida na rua. Aprende a esconder os sentimentos.
A gente aprende a ser gentil, amável, carinhosa, compreensiva. A ver os outros, querer o bem dos outros, a viver a vida dos outros, esquecer de si. Esquece de se amar, de ser gentil para si, de ter  tempo para si.
Aprende a ignorar seus desejos, postergar dos seus sonhos, deixar de fazer planos, deixar a vida passar, o amor para a melhor oportunidade, a conversa pelo momento certo. E a vida vai passando, o amor se vai, a família se vai e sua vida fica.
Sua vida fica vagando na aleatoriedade, na aula de estatística, nas probabilidades da vida.
Aquele amor que você não assumiu, aquele apartamento que você não comprou. Aquele dia que você não assistiu TV na sala com todos... Você vai sumindo, deixando de fazer parte, deixando de estar, de ser. Estar presente e ser você. Aos poucos você vai indo, sendo levada pela probabilidade de cair em qualquer lugar sem ter raiz alguma. Aleatória na vida, sem laços, sem destino, sem sentido.
E qual foi a ultima vez que  você foi completa, verdadeira, intensa? Sem medo de demonstrar demais?
Eis me aqui fugindo. Eis me aqui fingindo. Eis me aqui, desesperada com tanta coisa para se pensar, com tanto sentimento para sentir, ignorando tanto sentimento, tanto pensamento, tanta vontade.
Eis me aqui fazendo uma terapia, declarando a saudade, sentindo o amor, sofrendo com o amor e amando sentir tudo que estou sentindo.
Eis me aqui, aprendendo, reaprendendo a aprender. Haverão dúvidas, perguntas, indagações, mas faz parte.

Eis que John Lennon e Paul McCartney, ja sabiam
"There will be an answer, let it be"

sábado, 9 de agosto de 2014

Eu preciso dizer...

Foi quando em uma noite você me veio como um sonho bom. Chegou, se aproximou como uma pessoa qualquer, uma pessoa normal. Convivência, convívio.
Foi quando sem querer descobrimos tantas afinidades, tantas coisas em comum.
Foi entre cervejas e petiscos.
Entre chegadas e partidas, nos conhecemos e despediríamos. Não foi questão de acaso, mas sim do que teria de acontecer. Estava traçado.
Vivíamos a intensidade da contagem regressiva, a qual não chegou.
Vivemos na individualidade de sermos nós, um só.
Nosso mundo, um mundo.
Vivemos experimentando a sensação de sentir mais a cada dia. Um zilhão de sentimentos que há de explodir.
Chuva de emoções, corações a mil. Sentimentos transbordados, imensuráveis se espalharão.
E quando chegada a hora, haverá medo. Medo de não ser o bastante. Medo de machucar os demais. Medo de que nossa felicidade traga tristeza e decepções.

Se está escrito, ajude-me a ler. Traduza a escrita. Guia-me.
E quando me pego em nosso mundo que é localizado ao redor dos seus braços, não tenho medo... Somos individualmente dois em um.
"Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei em que hora dizer
Me dá um medo, que medo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo tanto"

sábado, 5 de julho de 2014

Razão e emoção: o eterno duelo

Um zilhão de pensamentos, sentimentos, vontades. Razão e emoção: o eterno duelo.
E por que “no meio de tanta gente encontrei você...”, em um período fodástico. Cheio de contratempos, infinidade de baixo astral, acumulo de má fase, eis que “você me veio como um sonho bom”, ou, um sonho muito turbulento.
Não que seja o amor da minha vida, que seja alguém que me fará mover mundos e fundos para ficarmos juntos. Alguém que eu consiga provar que nosso amor superará todos os obstáculos. Mas é tipo esses amor de carnaval, de feriado, de férias. Ou um amor instantâneo igual a tantos outros amores dessa tal geração. Um amor que veio para provar que você é capaz de sentir. Que te faz acreditar, te faz sorrir, te faz bem.
Eis aqui o amor, como substantivo. Há diferença entre ser o amor e amar. Mesmo por que acho que “sou um poeta e não aprendi amar”

Pois bem, esse amor oculto, amor proibido, amor de adolescente, amor de risos, de mãos trêmulas, de mensagens e ligações às escondidas. De  mãos que se  tocam em segredo, de olhares mudos, pernas bambas, fala indecisa. Ahhh esse amor-xonite que traz risos aleatórios, que completa os momentos musicais, ocupa mente, pensamento, planos. Pois bem... esse amor que prova que seu coração bate em ritmos inimagináveis.

E é esse amor que é tão bom, tão gostoso e prazeroso que não deve acontecer.
Então vem a pergunta: porque não?!  E a resposta: por que sim.
E desde criança a gente aprende que por que sim não é resposta, mas em muitas situações fica esclarecido assim e ponto final. É o melhor.
Por que sim. Por que não era pra ser. Por que às vezes tem-se de renunciar a possibilidade de ir ao encontro da felicidade  para se viver em harmonia.
Talvez esse seja o “por que sim”.
"E tudo que é bom dura o tempo necessário pra ser inesquecível"

domingo, 4 de maio de 2014

Amigos descartáveis

Ok. Esse assunto há muito tempo circula minha mente. Não que eu tenha inventado tal nomenclatura e por ai vai, mas trata-se de um assunto que vive me cumprimentando entre conhecidos.
Sou nascida em São Paulo, vivi em alguns lugares, estudei em um número de escolas que não me recordo. Não sei o nome da professora da primeira série. Não tenho amiguinhos de longas datas.... Ok. Complicado até aqui?! Talvez não. Quem os tem?
A pessoa que tenho mais tempo de relação, mora em Jacareí, Andréia (a conheço faz uns 18 anos?!), e nossa relação se resume a alguns SMS s, e e-mails anuais.
Mudei pra Belzonte, onde vivi uns bons 11 anos. Cresci ali. Ensino médio, faculdade. Tenho muitos conhecidos, e amigos verdadeiros. De "longas datas" uns 15 anos, mais ou menos.
Pessoas de curti status, de chats, whatsapp diários, semanais, mensais, anuais. Pessoas que fizeram e fazem parte da minha vida. Estrelas da minha tatuagem, operários da minha formação. Convivemos, aprendemos, crescemos. Nos tornamos quem somos devido a tudo isso.
Enfim. Sou uma pessoa normal, dentro da normalidade de quem segue a vida. De quem avança cidades e Estados. 
Houve vezes em que tentei e até gostaria muito de não me relacionar. Sendo clichê: Criar muros ao invés de pontes. Não comunicar, não cativar, mas impossível!
A gente convive. Tem de conviver. Isso é regra da sociedade, OU, minha regra. Ahhh o que seria dos meus dias sem tagarelar, ouvir, sorrir, conviver?!
Mas tem horas que é necessário despedir. Desprender. Dizer adeus.
Faz parte da vida.
E dizer tchau dói! Não é fácil imaginar os dias sem os abraços, as conversas, os cafés, batatas com fritas, cinemas, teatros, livrarias, encontros alcoólicos, água de coco, tequila... E cada um sabe da sua particularidade, cada um sabe de sua importância. 
Despedir despedaça. Mutila. Aperta. Sufoca.
Dizer tchau com a certeza de um até breve não alivia a dor da despedida. 
Não é porque se vive no mundo, que não se viveu.
Não é porque muda se para uma cidade com prazo determinado que as amizades ali criadas não sejam verdadeiras. Sou profunda, não superficial. Vivo intensamente, sou verdadeira, logo, declaro que amizades não são descartáveis para mim.
Dizer um tchau, adeus, ate logo é uma tortura. Aperta profundamente.
Você descobre dores e sentimentos indescritíveis, intraduzíveis.
Então... a gente descobre muitas vezes quem são os amigos de verdade quando há ausência. Quando há distância.
Quando a distância não muda. Quando o tempo não apaga.
...
Não existe nomenclatura mais desnecessária (ao meu ver), do que amigos descartáveis.
Citando meu ídolo Carpinejar:
"Os amigos são próprios de fases: da rua, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, da faculdade, do futebol, da poesia, do emprego, da dança, dos cursos de inglês, da capoeira, da academia, do blog. Significativos em cada etapa de formação. Não estão em nossa frente diariamente, mas estão em nossa personalidade, determinando, de modo imperceptível, as nossas atitudes.
Quantas juras foram feitas em bares a amigos, bêbados e trôpegos? Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade."