quinta-feira, 16 de maio de 2013

Quando um certo alguém...

E de repente você encontra alguém que te deixa na dúvida do que você realmente quer.
São palavras intensas e pequenas que te bambeia. Você anda na corda bamba, esperando cair do lado mais confortável.
E de repente você vê que tem que crescer, amadurecer, desprender.
Desprender para prender. Amadurecer e crescer ao lado de um outro alguém.
E de repente nada mais faz sentido. Metas, objetivos e planos podem ser desfeitos. Serão desfeitos, porque um certo dia você encontra alguém.
E você deseja começar do zero. Marco inicial. São outros planos, outras metas, objetivos.
Passa do pensamento singular, para o plural.
Existe vocês.
E tudo perde o sentido inicial. Você se comporta como uma louca, uma adolescente, imatura e desorientada.
Seu mundo perde o sentido, o segundo se eterniza e corre na velocidade da luz.
A instabilidade toma conta. A presença é onipresente.
E de repente você encontra alguém que te transborda.
Se você já tem problemas de intensidade, cuidado, isso pode ser fatalmente fantástico.
E você começa a enxergar outras cores, sentir outros aromas, outros gostos. Tudo fica mais delicioso.
Porque você encontrou alguém para te levar além.
Ultrapassar suas barreiras, seus limites, seu conhecimento.
E você transborda um sentimento inexplicável.

E de repente, você não é apenas você, mas alguém muito melhor, porque esta completa e transborda o outro.

O romance.
E o marco inicial. Ponto de partida.

E de repente, nada mais faz sentido, além do desejo de ser feliz para sempre ao lado dele.

domingo, 12 de maio de 2013

O Fantástico Mundo de Bob



O ser humano cresce, evolui. Entretanto, alguns insistem em não enxergar o mundo, em não entender as pessoas a sua volta. Continuam tratando a vida com uma simplicidade que nem no sonho mais utópico existe.

Digo isso, porque quando somos crianças as preocupações de “gente grande” geralmente não existem nas nossas cabeças. Arranjar um trabalho, resolver problemas, pagar contas, esconder histórias embaixo do tapete... Com o passar dos anos, vemos que o dinheiro não nasce em árvore, que a vida lá fora não é fácil, que nem todas as pessoas são boas e que nem sempre teremos alguém para nos apoiar.

Todos os acontecimentos ao longo da vida de uma pessoa são responsáveis por moldar seus pensamentos, suas atitudes. Aprendemos a observar e começamos a medir as palavras que usamos, não por abandonar a sinceridade, mas porque percebemos que uma situação pode ser como um iceberg: apenas uma ponta está visível, o restante está completamente escondido aos nossos olhos.

Entretanto, existem pessoas que permanecem em seu pequeno mundo. Analisam a ponta do iceberg, sem sequer imaginar que não representa o todo, e já saem ditando regras e ensinamentos. Palavras simples que podem atingir tudo aquilo que está submerso... e da pior maneira possível.

Sem olhar para trás, essas pessoas vão embora acreditando que fizeram o melhor trabalho, que resolveram todos os problemas encontrados...


domingo, 5 de maio de 2013

Existirá um amanhã?



Era uma noite estrelada, com uma linda lua cheia a iluminar o caminho. Os passos eram devagar, na tentativa de aumentar o tempo juntos.

As palavras fluíam naturalmente, não precisavam ser escolhidas. Os olhares eram intensos, como se tentassem ir além da conversa, descobrindo cada sentimento escondido.

Ao mesmo tempo, a concentração parecia ser desviada. O céu passava a ser o assunto principal, com tentativas de reconhecer as constelações e procuras incansáveis por uma estrela cadente.

O fim do trajeto era inevitável. Mais uma vez eles se despediam, sem perguntas ou declarações. A verdadeira intenção dos olhares ficaria apenas nos pensamentos, aguardando o próximo encontro para serem desvendados.



sábado, 4 de maio de 2013

Um mundo chamado Altamira | Parte V - A insignificante certeza


Aquele momento que você para e pensa o que está fazendo da sua vida.
No que você está se transformando?
Suas decisões são tomadas com a certeza de um adolescente que deseja prestar vestibular. A probabilidade de uma toma de decisão correta, talvez seja insignificante.
Mas você, que já não é mais uma adolescente acredita que essa insignificância é tudo.
E você tenta acreditar que está vivendo o todo (lembre-se que o todo da insignificância pode ser tudo). E você vive o todo intensamente. Acredita nele. Confia nele.
E surge um terceiro sujeito entre você e sua insignificância certeza, questionando se a probabilidade de tomar outra decisão não seja mais feliz.
Você é analisada, você é estudada. Um trabalho não tão simples e rápido, mas foram meses de pesquisa e observação.
Ele te apresenta, como uma monografia, um estudo de caso, um TCC.
Conhece-te tão bem, que você já não sabe de mais nada.
Será mesmo que suas vontades, metas e objetivos te impedem de ser feliz?
Será que as palavras voltar, desistir e reiniciar não são tão assustadoras? E tomar tais atitudes?
Aprendizagem você reconhece que teve. Mas teria coragem de voltar atrás?
E com sua insignificante certeza você já se acertou. Achou sua essência, seus amores, amigos, família. Você já se estabeleceu. Firmou território.
Mas ai o vem questionando: - Você confia na sua insignificante certeza?
E você enxerga a realidade. Não é mais uma adolescente que tem todo tempo do mundo. Suas decisões têm de ser exatas.
Mas qual a exatidão que se tem do futuro?
Indagações para sempre. Todos somos crianças, adolescentes, adultos. Não tem como escapar.