sábado, 22 de fevereiro de 2014

Saudade

Sentir falta. Sentir a ausência, sentir saudades. Sentir.
Nostalgia me acompanha durante esse fim de semana. Saudades dos ex-colegas de trabalho, do ex companheiro de balada, do amigo, do namorado, dos vizinhos, da família distante.
Saudade do ônibus, do trânsito, da cervejaria, degustações.
Um chat no facebook, a saudade estava ali. Uma indagação “por que sentia sua falta?” eu questionava a um amigo em 2011.
E hoje questiono continuo sentindo sua falta. Não a mesma de tempos atrás, pois na época não nos falávamos, mas sinto saudades do abraço, cheiro, sorriso e toda sua chatice.
E hoje senti saudade da vida que não tive, dos amores que não investi, do filho que não tive, da viagem que não fiz.
Ser nostalgia, ser nostálgica. Insônia que umedece os olhos e aperta o coração...
Desaprendi a escrever. Preciso de um dicionário. Peço licença à musica para traduzir meu analfabetismo momentâneo.
“Aprendi sem a gramática que saudade não tem tradução.”

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Contrariando

♪ Eu procurei em outros corpos encontrar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não falar
Procurei me manter afastado 
Mas você me conhece faço tudo errado, tudo errado... ♪

Você não aprovaria o tamanho do vestido, a cor do esmalte que uso nas últimas semanas.
Você não aprovaria o fato de misturar Big Apple com vinho e leite condensado.
Você não aprovaria a entrevista, a opção de trabalhar a noite.
Você não aprovaria a sandália, o impulso ao comprar o kit de maquiagem, ou seria o reboco para a face?
Você não aprovaria que eu secasse meu cabelo com secador. Ele perde seu liso natural, o ondulado e o volume que você tanto gosta de acariciar.
Você não aprovaria tanta coisa...
E no meio de fazer todas essas tantas coisas, eu tento esquecer o que você sugeriria que eu fizesse, o que você gostaria que eu fizesse, ou até mesmo, que eu o fizesse.
E nesta tentativa louca, desenfreada de fazer o que você não aprovaria, de fazer tudo contrário, eu, tento não pensar ou sentir você.
Não sentir suas mãos me conduzindo em meio às pessoas, não sentir seus dedos brincando com meus cabelos, dedilhando canções em minha pele.
E por que você tem esse jeito desligado-desatento-afetuoso-atencioso-carinhoso de me tratar, de aprovar e desaprovar meu jeito e minhas atitudes.
E por que você gosta que eu seja eu mesma, sem maquiagem, salto, cabelo alisado e afins.
E por que você sabe que eu fico nervosa em festas sociais, que fico trêmula e sem graça e que com uma dose de vodka ou champanhe e sua companhia me sinto segura.
Por que você ainda é minha segurança.