domingo, 17 de fevereiro de 2013

Saudade

Existem momentos que simplesmente não conseguimos descrever o que sentimos. Uma aperto no peito, falta de ar, olhos cheios de lágrimas. Mentiras e ilusões que tentam preencher um espaço vazio.

Escritas, reescritas, diversas letras que se perdem em um papel em branco. Rabiscadas, rasuradas, apagadas. No fim, nada que consiga traduzir o verdadeiro sentimento.

Muitas palavras e frases passam pela mente, acabo escolhendo a “saudade”. Fácil de ler, complicada de explicar. Poucos idiomas possuem um sinônimo, algo que retrate este  sentimento tão complexo.

Mais uma vez darei crédito à “saudade”.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Desconexo



Encontros, reencontros, desencontros.
O sim, o não, o talvez.
Decisões. Indecisões.

O incerto elimina a certeza de que algum dia conheceu o desconhecido.
Frustrações e alegrias disputam lugar em uma mente confusa.
O início e o fim se enrolam, tornam-se um... ou talvez nenhum.


 Procura-se: história sem fim.
Informações existentes: folhas iniciais se encontram desaparecidas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

E assim percebemos que...



Segundos. Minutos. Horas.

Quando percebemos o dia passou, o ano acabou e a vida... deixou de ser vivida.

Na correria do dia a dia abandonamos os detalhes. Sem perceber paramos de admirar a beleza do nascer do sol e a graciosidade de uma noite estrelada. A brisa, que toca suavemente o rosto, é completamente ignorada.

Os livros acumulam poeira em um canto do quarto. Os filmes entram e saem de cartaz. Os teatros já não são visitados há tempo. As músicas famosas são desconhecidas.

As conversas são esquecidas e as mensagens deixam de ser respondidas. Os sorrisos suspeitos já não atraem a atenção. Os olhares não estão mais sincronizados. O brilho se apaga, pouco a pouco.

E a vida... deixou de ser vivida.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Apaixonar-se


E quem não deseja apaixonar?
Enamorar-se, encantar-se. Viver por alguns instantes em outro mundo. Ser teletransportada para outro mundo.
Oscilar neste vão.
O apaixonar-se é isso.
Pode ser equiparado ao fato de ler. Você abre o livro e é teletransportada para um outro mundo. Você abre o coração para uma nova paixão e o mesmo acontece.
Diferentemente do que acontece quando se lê, você não precisa parar tudo para ir.
De repente, não mais que de repente, você vai.
O pensamento invade todo e qualquer instante. Você pode estar concentrada e de repente despluga, desconecta e lá se vai.
Viaja estando ali.
Quantas vezes não me peguei fazendo algo e de repente desconectei, viajei, e só fui perceber quando retornei. Já tinha se passado minutos, os quais não soube contabilizar.
Ahhh enamorar-se é isso.
É ver um objeto que tantas vezes ignoramos e dar a maior atenção a ele, pois ele nos faz lembrar algo, ele nos faz lembrar alguém, algum momento.
É o vidro de esmalte, a coca-cola, tequila, ou a escova de dente.
Uma caneta, um bilhete, um nada.
Tudo é motivo para lembrar.
É durante o banho, pós banho, salão, maquiagem.
Aquele ursinho de pelúcia, o copo, o jeito como a janela é aberta.
São os emotions, emoticons, reticências...
São as palavras, as mensagens, a voz. Lembranças, pensamentos.
O cheiro, o vento, o sol, a chuva.
Um churrasco, uma caipirinha, até mesmo a água.

Tudo é diferente, tudo é motivo.
Estar apaixonado é quase isso. É compreender o incompreensível.
É viajar sem sair do lugar.
É mais do que ler, é ser.
Ser o romance.

...

Uma observação mínima acorda o inconsciente para sempre.
Quanto maior o amor, mais insignificante a origem.

- Carpinejar

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Just Believe

"Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
Cecília Meireles


E é tudo tão estranho. Parece que deu branco, parece que desativou. Parece que chegou ao fim.
Talvez seja isso. Talvez não.
Acredite que não é por falta de vontade, não é por falta de saudade, ou falta de interesse.
Talvez eu mesma não saiba achar a explicação, mas acredite que todos os dias me pergunto e procuro o real motivo.
Talvez esteja nas minhas justificativas. E é dolorosamente simples, perdi minha essência, perdi minha vida, perdi minha inspiração.
Os dias estão corridos, a agenda superlotada, mas e dai? Desde quando foi o contrario? Sempre arrumamos um jeitinho de sair da rotina, mas acreditem, aqui é diferente. Sou diferente. É complexo, mas simples.
Vivo no mundo taylorista, na era da produção? Talvez sim. Produzo, enriqueço.
O dia está cheio, o tempo todo programado. Tudo sai conforme planejado, mas e quem disse que o planejamento é o que desejo?
Desejo sair sem rumo, decidir na esquina qual direção devo virar, improvisar um tempo para tomar uma caipi com a Liliane, ver um filme com Nairoca, ou simplesmente passar do horário no meu (ex) ambiente de trabalho. Ligar bêbada, mandar mensagens aleatórias, ter vontade de comer coisas imagináveis e estranhas. Desejo, desejo.
Desejo reencontrar meu eu. Minha essência.
E não só desejar ligar, mas ligar.
Não só planejar ir, mas ir.
E quem disse que seria fácil? Alguém?
Mudei-me e mudei. Vim atrás dos meus sonhos, objetivos e metas, mas não sei onde fiquei.
Acredito que por ai... Minha inspiração, minhas molecagens... E espero que um dia possamos nos encontrar e eu irei contar, que valeu a pena isso.
Valeu a pena se distanciar, valeu a pena as horas de choro. Valeu a pena ter se separado, ter se perdido para reencontrar.
E... É isso.
Mais posts, quando houver inspiração.
Abs.,

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Eterno 21


E ja estava disposta a deixar esquecer. 
Acordou com o pensamento em você. Lembrou de você desde o momento que abriu os olhos, talvez durante o sonho você também estivesse presente. Durante seus hábitos matutinos, lembrou de você. Do papel higiênico colocado no suporte. Da única escova de dente na pia.
Você a acompanhou em pensamento durante o percurso até o trabalho, sentou ao seu lado na mesa do café e pediu que ela bebesse um pouco de suco antes. Hábitos seus, hábitos de vocês. Do que tinha sido vocês.
E você nao a deixou ali. Fez parte do dia. Preencheu o cheque. Esteve ali na data, dia 21. Mais um mês, mais um dia. Uma comemoração do que não eram mais.
E esteve ali, estava ali. Ficou ali.
No serviço,  em casa, na academia.
E ela foi deitar mais cedo. Pegou  um livro.
Ali estava você. No dia dela. Nos minutos, nos instantes. Nos detalhes.
E ela tentou dormir. E que o dia acabasse e te levasse.
Mas antes da meia noite, o cachorro se soltou. E a lembrança voltou.
Ate isso, fez o pensamento ir a você.
Por quê? Simples: A merda esta nos detalhes.