quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ambições


O desejo pela fruta proibida. A tentação por aquilo que não é possível alcançar. Algo que antes não era considerado importante, começa a ser visto como vital. Pode se dizer que o “não” tem um forte poder em fazer com que se deseje intensamente o “sim”.

Confusões. Brincadeiras. Seduções. Como em um jogo de cartas, aqueles dois indivíduos se divertem. A chama do fogo os atrai, prendendo a atenção. O perigo é visto com um passa tempo delicioso.

Os olhares não se desviam mais. Cada movimento é observado cuidadosamente, servindo como base para as próximas ações. Os lábios permanecem silenciosos e... suspeitos. Estão a ponto de pronunciar palavras aparentemente sem sentido. Entretanto, apenas alguns sorrisos maliciosos são apresentados.

Mais uma vez as cartas zombaram daqueles dois jogadores. O empate era a representação fiel de que suas estratégias eram semelhantes. Talvez uma parceria ao invés de uma competição seria responsável por um resultado positivo para ambos... talvez!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Doce melodia



 

Ao longe era possível ouvir uma melodia. Tão discreta e singela que era difícil decifrá-la. Apesar disso, cada nota tocava o coração. A concentração aumentava e ao mesmo tempo a mente se dispersava. Os pensamentos percorriam as lembranças mais agradáveis.


Antes que percebesse as lágrimas percorriam delicadamente seu rosto. Mas não era a tristeza a responsável, pelo contrário, era a mais pura alegria de ter aquela pessoa especial em cada pedacinho da memória.


domingo, 16 de dezembro de 2012

Conciliação


São rascunhos. Palavras escritas. Frases formadas e apagadas. Textos deletados.
Perdida na saudade, não há inspiração.
Não há aquele êxtase, a paixão que envolve, que eleva, faz voar, transporta, transborda, derrete, evapora.
A saudade, a assexuou. De sentimentos, de inspiração.
Roubou as letras. As palavras brigam. E a frase não forma.
E chega ao ponto que as lembranças não aquecem mais.
A fisionomia começa a se desfazer. Já não é mais capaz de sentir os braços envolvendo seu corpo na cama. O cheiro não faz efeito. Você vive ali. Vai vivendo e esquece de como era o antes.
De como era ter alguém para dar um bom dia e compartilhar besteiras pelo chat, compartilhar o trânsito, as músicas, a bebida. Você esquece de que vocês não conseguiam ficar mais de 3 dias sem se ver, que o pânico tomava conta; que a cor do esmalte era escolhida por ele. A agenda dele era a sua. E você esquece de como é bom dormir de conchinha, de ter propostas indecentes sussurradas ao pé do ouvido em lugares impróprios, de sentir o cheiro dele, mesmo quando ele já se foi, ou quando ele ainda está por vir. Você esquece de mandar SMS bêbada para alguém, de pegar o celular bêbada tentar falar com alguém.
Você esquece... por que isso se tornou passado.
Não causam sentimento algum. Não há ansiedade. Não há. Acabou.
Por mais que você tente, não consegue ouvir o ronco, o ranger dos dentes, ou o estalar dos dedos.
E em dias como o de hoje, a lembrança volta. A memória se torna tão real.
O cheiro, o calor, os braços a envolvem.
As palavras fazem as pazes, as frases formam. A inspiração volta.

E ela não dormirá  só.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Atração



Olhos nos olhos. Pensamentos a mil.
Olhares desviados. Mente dispersa.
Parecia impossível. Era como um imã.
Norte e sul se atraindo.
A fuga não era nem cogitada.
A proximidade. A mão na cintura.
Olhos nos olhos.
Nada precisava ser dito...