sexta-feira, 4 de março de 2011

Fantasie uma vida. Viva no padrão.


Você tem de ser bonita. Põe uma máscara na cara, use sapatos que alteram sua estatura, roupas que delimitam o limite do seu corpo, matam sua respiração, modelam seu corpo. Pinte os olhos, modifique o cabelo. Alise, pinte, corte, altere.

O natural é medonho. O conforto é cafona.

O bem estar está em ter e não em ser. Você não atende as expectativas, não está na moda, seu corpo foge do padrão, sua beleza é exótica, você não tem grupo, você não tem direito de ser você.

O circo está formado. As pessoas não apenas vestem a fantasia para determinadas ocasiões, já estão amoldadas ao dia a dia. Elas já são capazes de modificar a si mesmas, já fazem implantes, modificam seus corpos, suas vozes, seus gostos. A academia é necessária, suplementos para a medida certa, remédios para alcançar o padrão. Atendem a sociedade, provam a cada dia a soberania, de ter mais que o outro, de ser mais que o outro. Não tem amor ao próximo. Há a competitividade. Precisam ocupar um destaque no circo que está se tornando a vida.

Esquecem que o essencial é invisível aos olhos...

Provam, mudam, modificam, tem. Alteram, enganam... Não dá mais para saber o que é real, o que é natural. A felicidade pode ser comprada. O amor foi desvalorizado, o eu te amo banalizado.
Onde estamos indo? O que estamos planejando? Seremos padronizados? Qual o futuro do essencial?

O natural está escasso, temo pelo dia que o essencial entrará em extinção...

2 comentários:

  1. Eita, até parece um dos meus textos! Até nisso somos iguais? kkkkk

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  2. Pois eh... somos irmas gêmeas separadas...
    as vezes sinto isso qdo leio seus textos.

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